segunda-feira, 23 de junho de 2025

O Vício da Dependência Química


Participo da iniciativa da amiga Campirela

A incidência de certas drogas atualmente está muito forte na sociedade.

"O relatório, publicado pelo Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC), revela dois pontos especialmente preocupantes: o aumento do consumo e a queda na percepção dos riscos. Em outras palavras, mais pessoas estão usando drogas, ao mesmo tempo em que o entendimento sobre os perigos associados a esse uso está diminuindo."



Não há pior do que cercear a liberdade: quem imagina que se pegue um homem do campo, onde respira o ar livre e puro, para meter-lhe uns calções da corte e fazê-lo dançar o minuete?

(Machado de Assis)


Durante alguns anos, fiz Missão em MG, ganhei de presente conhecer a Fazenda Bom Samaritano.  
Viver uma manhã de oração com os Dependentes químicos, em recuperação, na Fazenda Bom Samaritano foi de  momentos inesquecíveis no lago do local que tínhamos que subir muito a pé para desfrutarmos da tranquilidade propícia num cenário divino entre casos deprimentes.


Eu e o coordenador da Casa



Quem é colocado lá, passa os três primeiros meses na fase inicial onde muitos não aguentam e vão embora. Após o período  inaugural na Casa, vão para a segunda fase, onde também alguns desistem na reta final por inúmeros motivos, leva, no mínimo, um ano.
Numa adesão à Casa, num local ao lado, separado, também conheci a parte da dependência das mulheres.
Ouvi coisas que não imaginava pudessem acontecer. Eles falam tudo, não escondem nada, são transparentes com quem vai ajudá-las espiritualmente. 
Uma mulher prostituída, chegou lá na parte feminina com dependência de crack, não podia mais segurar o copo sequer, chegou no esqueleto humano. Dela, nunca me esqueci, um estado deplorável de fundo do poço. 

Outro caso triste foi de um dependente em recuperação que se portou afinado com o retiro e o encontrei quando voltava na rodoviária de lá, desistiu...

Ouvi verdadeiras confissões... desde o estupro ao roubo de familiares e agressões para sustento do vício.

Outro caso posso trazer aqui foi de sete jovens dependentes com estabilidade social muito boa, de família renomada da cidade,  que saíram numa festa e todos morreram num acidente de carro, todos drogados pela dependência. Cidade toda sofremos pelo luto dos jovens.

Mais um testemunho, fui ao velório e enterro de um jovem dependente cuja mãe só faltou se jogar na cova e gritava eu te amo... alguém disse que ela nunca havia dito ao jovem dependente tal declaração de amor...

Já haviam me inserido na Pastoral Carcerária, como coordenadora de um grupo de senhoras devotas de Mãe Rainha, em missão jesuíta,  e ouvido coisas terríveis. Até que, uma certa vez, não pude entrar com minha equipe pastoral pois havia um motim. Não fomos mais, éramos todas mulheres, por precaução o pároco nos pediu para afastar. 

Agora, na Fazenda de Recuperação, foi uma experiência humana impressionante sob os cuidados dos italianos dirigentes. 
As missões se deram na Diocese de Itabira, na Paróquia de Coronel Fabriciano e ficarão para sempre em meu ser.




Eu com eles


Eu com minha equipe




Todos juntos, nós da equipe e eles














Quando eu terminava de ministrar os retiros matutinos, eles vinham em separado, conversar comigo, atendimento individual,  cada partilha amadurecida, cada colocação sincera, sem medo do que os outros pudessem pensar, sem a preocupação exacerbada com a própria imagem.
Como manter estes pensamentos tão mesquinhos diante da dor enfrentada que é muito maior e de muito mais valia meditar sobre ela?
Sei bem o que é um coração cheio de dor, como dói!

NA DOÇURA DA AMIZADE HÁ SEMPRE RISOS E LÁGRIMAS COMPARTILHADOS.
(kalil Gibran)

Sei também que muitos dos irmãos transferem a dor da ingratidão, do desprezo, do ciúme, da incompreensão... para o vício, não estou justificando, mas sim, querendo refletir que os entendo bem. 
COMO SE TEM QUE SER FORTE NA DOR, SEM PRECISAR RECORRER A SUBTERFÚGIOS! 
Para muitos é impossível,  não têm força emocional suficiente e precisam de tratamento.


Peço a Deus, que me encha de Esperança de dias melhores e que eu possa AMAR SEM SER AMADA, COMPREENDER SEM SER COMPREENDIDA, PERDOAR SEM SER PERDOADA, DAR SEM RECEBER. Foi o que aprendi com eles e outros.



Muitos, num momento de desespero,

Entorpecem o corpo e, consumidos,

Nada fazem demais, além de se doparem, 

Outros se drogam até o final da vida,

Dissabores eterno aos seus familiares.


Não é sem razão que existe nas línguas cultas o vocábulo HUMANIDADE.

Inclui todos grandes sentimentos de piedade, amor, dedicação...
Exprime também um sentimento que, em resumo, é a afirmação da unidade espiritual dos homens.
Não somos todos uns, mas todos somos um.
(Machado de Assis)



Dia do Senhor

 








Participo da iniciativa da amiga Lúcia.


Imagem para inspiração:





Dia Domingo, Senhor,

Diferente, dia amor. 

Até pássaros O louvam,

Com cânticos, O glorificam.


Curtinhas da Chica 4

 



Com as palavras 
amor- melosas- gestos

Participo da iniciativa da amiga Chica

No Amor a Deus, não bastam palavras melosas, orações sem prápráticas da fé,  a prova da nossa convicção e espiritialidade deve se basear em gestos concretos de interferência  na melhora do mundo ao nosso redor.



A fé sem obras é  morta.
(Tg 2, 26)






sábado, 21 de junho de 2025

Rainha do Lar

 


No meio da selva de pedra, somos banhados pelo mar sagrado...


Guarapari privilegiada, tem praia, montanhas, serra linda na Rota da Ferradura, tudo muito próximo, a 20 min do centro.



No pórtico da humanidade, a Mulher aparece como a estreia do Amor.
(Machado de Assis)




Acgua Marcia

Em todo lugar sou estrangeira
menos na minha casa.
E mesmo na minha casa
nenhum habitante sabe
que o gosto justo da água
é aquele daquela água
que em minha terra se bebe.
(Marina colassanti)

Participo da iniciativa da amiga Norma 

Somos eu e minha casa uma história de Amor, nela não sou estrangeira. Conheço cada cantinho,  sou eu mesma que limpo, cuido, zelo com amor. adorno ao meu jeito, ninguém palpita nada.
Nela, sou estreia a cada dia, brilho como estrela em noite enluarada, gosto temos ela e eu de água  fresca, bebível, como das velhas moringas saudáveis tão em moda hoje em dia.
Quando algo não vai bem, uma faxina e uma troca de filtro bastam para estarmos, eu e minha casa, novinhas em folha aguardando um novo dia de céu azul lindo como faz aqui na despedida outonal e as fotos acima, tiradas hoje, nos mostram bem.
Posso rodar o mundo, mas é aqui que me sinto uma rainha mesmo sem coroa... trono até tenho, minha cadeira da mamãe que me faz descansar.


Eu e minha casa serviremos ao Senhor.
(Js 24,14)


 
P.S. Foto da minha mesa de agora a tarde quando estarei acompanhada e tudo farei para que eles não se sintam estrangeiros. Na hora, colocarei os comes e bebes... broa de milho com queijo estará no cardápio familiar.

Curiosidade:
Por cá, se diz que quem bebe do Poço dos Jesuítas, não volta mais para onde veio.


Participo da iniciativa da amiga Mari



Uma tarde espetacular, coração a amar,
culmina com um cafezinho com amigos.
Com direito à prosa ímpar, exemplar,
mensagens de carinho, inúmeros afagos.






Marquei cada lugar na mesa com mensagens em poemas, fizeram questão de lê-las... houve emoção, eram diferenciadas e caiu como luva a cada um. Coisas da Inspiração...


Ganhei mimos...

Faz da tua casa uma festa.
(Cora coralina)


Amigas irmãs...


Nossa mesa ficou farta de carinhos e alegrias.






O afeto trocado entre nós é importante para nossa saúde em todos do níveis.
Temos encontros agendados uma vez por mês. Cada vez uma recebe.







quinta-feira, 19 de junho de 2025

Cadeira Reveladora e Corpus Christi




Recorreu ao melhor remédio de uma alma ulcerada e pia: rezou.
(Machado de Assis)

Participando do desafio 



Ele pode até falar...
O banco de igreja 
(minha  opção escolhida)


(Taizé, comunidade ecumênica que tive o prazer de conhecer em Alagoinhas, BA, BR)


Dou, então,  voz à  cadeira NARRADORA. 


Se as paredes da igreja falassem, eu morreria de tanto rir ou de muito chorar.
Sou uma cadeira que vivo muitas emoções, recebo pessoas de todos os tipos, incluindo até diversos credos religiosos.
Vêm raças distintas, cada uma do seu jeito, mas todas se assentam com respeito pois estou num lugar considerado sagrado. Poucos sentam-se de qualquer jeito largado, todos permanecem comportados e compostos.
Os de credos religiosos distintos chegam sorrateiros, alguns até em lágrimas, se não fosse uma cadeira, até lhes ofereceria um ombro amigo ou um lenço confortador. Já procuraram ajuda em outras religiões ou seitas e estão desconsolados sem terem solução imediata para seus problemas cotidianos. Chegam aqui somente em busca de um alívio rápido. Quase sempre saem do mesmo modo como entraram.
Alguns chegam tão de mansinho, como se estivessem ungidos, antes de buscarem um alívio, um bálsamo para suas interioridades, vão à Capela do Santíssimo, rezam lá algum tempo e voltam para cá onde estou, recebendo a cada um com atenção, sempre limpo, higienizado pela zeladora da capela, pronto a ser descanso para o coração angustiado, na maioria das vezes.
Sei que estão tensos, não percebo pessoas de bem com a vida virem aqui agradecer, sentarem-se confortavelmente e dizerem palavras de gratidão em voz alta. Pela expressão corporal, se viessem, não teriam tanta pressa de se levantarem e irem embora aos seus casos urgentes que não é a gratidão pelos dons inúmeros que recebem no cotidiano.
Ah! Eu não tenho vida como eles, mas sentiria seus corpos gratos ao se recostarem felizes, contemplado a maravilha de viverem plenos e terem sido atendidos nas preces que vieram fazer aqui sentado em mim das outras vezes. Ingratos!
Preferiria que se sentassem os que dissessem com toda unção:

"Senhor, tende piedade de mim porque sou um pecador."


Obrigada, querida amiga Patrícia.




















Fotos com explicações dos painéis que foram desenhados no Tapete Santo são da PASCOM da minha paróquia.











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